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Post scriptum ao artigo "O Envelhecimento da População"

Após a publicação do estudo sobre o envelhecimento da população, sentimos a necessidade de comparar os dados portugueses com os de outros países, em busca de possíveis paralelismos. Para isso, escolhemos aleatoriamente alguns países europeus.

Não nos é possível fazer uma análise detalhada sobre a evolução demográfica em cada um dos países expostos, porque a metodologia que adoptámos no artigo que dá origem a esta nota chama à liça não só os factores quantificáveis, mas também diversos aspectos qualitativos da evolução demográfica, social e política, e nós não estamos na posse do conhecimento histórico necessário para o fazer -- deixamos essa tarefa a outros autores eventualmente interessados em aprofundar a questão.

No entanto, há nos dados demográficos dos países em foco (ver gráficos mais abaixo) algumas constantes que sugerem um conjunto de hipóteses de trabalho:

A excepção a estes ciclos que ecoam de forma semelhante em diversos países é a Suécia, por motivos que seria de todo o interesse estudar. Apesar disso, também aí os sustentadores são maioritários.

Num artigo originalmente escrito em língua portuguesa, seria útil acrescentar a comparação com o Brasil e as ex-colónias africanas. No entanto, um estudo sério desses países teria de aplicar critérios muito diferentes dos que estão a ser usados aqui. Assim, por exemplo, o critério usado para o cálculo da população em idade activa (dos 19 aos 64 anos) não me parece razoável nesses casos. Em muitas regiões africanas, sul-americanas e asiáticas as crianças, os adolescentes e os idosos participam activamente no processo produtivo, à margem das relações capitalistas típicas dos países do Norte. Nestes casos, para não perder a adesão à realidade social, seria mais seguro aplicar o critério genérico e abstracto dos 15 aos 65 anos, como sucede nos cálculos publicados pelas Nações Unidas.

Uma última nota acerca dos dados das Nações Unidas: os números da população residente e das migrações são uma estimativa. A fonte original dos dados é certamente os institutos estatísticos nacionais (o INE, no caso português), que realizam censos da população com periodicidade decenal, donde resulta que os dados intermédios são necessariamente estimativas sintéticas, assentes em modelos matemáticos. Este facto justifica alguns ligeiros desfasamentos dos dados em relação ao conhecimento empírico da realidade: por exemplo, o gigantesco refluxo de emigrantes e colonos ocorrido após o 25 de Abril de 1974 (período que calha precisamente a meio caminho entre dois censos da população) surge nas tabelas estatísticas ligeiramente antes de 1974 – mas estes contrasensos não são difíceis de detectar, interpretar e corrigir.


 

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