Concentração de solidariedade com o povo grego, 17-06-2012, no Rossio de Lisboa
O povo grego volta a ir às urnas para escolher os deputados ao parlamento e consequentemente novo governo. Uma grande parte dos votantes já demonstrou nas últimas eleições (que têm de ser repetidas dia 17 próximo) que pretende um corte radical com as políticas praticadas até agora, que está contra as medidas de austeridade, o Memorando da Troika e o pagamento da dívida – não só a dívida ilegítima, mas também a dívida odiosa, que tem servido os interesses da finança privada e a compra de armas a empresas alemãs e francesas – e que pretende fazer parte da Europa, sim, mas de uma outra Europa, gerida por princípios democráticos e igualitários. As últimas sondagens apontam no sentido de esta opinião estar a alastrar e a ganhar a maioria grega.
No dia 17 estaremos no Rossio de Lisboa para saudar a luta do povo grego e também para manifestar a nossa convicção de que o problema das dívidas soberanas tem uma raiz comum a todos os povos europeus (e não só), actualmente afectados pelas medidas de austeridade que sustentam essas dívidas.
Transcrevemos adiante o texto da Tertúlia da Liberdade – o mesmo grupo cívico que organizou o périplo em Portugal, há uma semana, de Yorgos Mitralias, dirigente do Syriza e membro fundador do CADTM-Grécia –, que também tenciona participar nesta saudação ao povo grego .
Durante a concentração de dia 17 no Rossio esperamos não só poder seguir no Rossio de Lisboa as eleições gregas, mas também alimentar o debate público sobre a questão da dívida nos países periféricos europeus e a situação na Grécia, que tem sido alvo de enormes campanhas de desinformação.
A luta na Grécia é exemplar – domingo 17/6 vamos ao Rossio
Quando Passos Coelho garante sermos um exemplo de mansidão, procurando anestesiar-nos e conduzir-nos pela trela ao açougue em que a Troika e os bancos nos imolam, chegou a ocasião de apoiarmos a luta exemplar do povo grego.
As enormes manifestações, greves e combates de toda a ordem têm despertado a consciência popular, traduzida, além do mais, na recusa dos partidos da Troika, os dos sacrificios do povo e mordomias dos poderosos que, lá como cá e por todo o lado, formaram um gangue internacional do poder económico e dos serventuários políticos, para nos destruírem aquilo que com tanto esforço conquistámos.
Com o álibi da dívida, contraída por eles nas nossas costas, esmagam-nos para aumentarem os seus lucros. É isso que o povo grego tem repudiado.
No próximo domingo, dia 17, realizam-se eleições na Grécia e, embora a solução para o desespero que o gangue do capital provoca seja inalcançável através das instituições vigentes, sabemos que estas são eleições extremamente importantes. Aí se joga o futuro da Grécia, entre as ordens da Troika e um cortejo de miséria, ou a sua recusa.
De um lado aqueles que, como por cá, aceitam conduzir o povo à miséria para benefício dos mesmos de sempre, do outro lado o Syriza, nova organização em que o povo confia perante a sua recusa na aceitação das ordens da agiotagem. Se vencer, poderão abrir-se portas para novos avanços populares. A corja que nos governa nem sequer respeita as suas próprias leis, o Syriza pretende cumpri-las.
O resultado das eleições terá efeitos em toda a Europa, muito particularmente em Portugal. Se o Syriza vencer, abrem-se novas perspectivas para uma luta crescente no nosso país. Se for a vitória dos partidos da Troika, esperam-nos novas e mais gravosas medidas de empobrecimento.
A TERTÚLIA LIBERDADE E OS SEUS AMIGOS ADEREM À CONCENTRAÇÃO NO ROSSIO, NO DOMINGO 17, A PARTIR DAS 17H.
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